As Invenções Mais Inúteis (e Geniais) Criadas com Inteligência Artificial
- Nexxant
- 4 de abr.
- 9 min de leitura
Atualizado: 17 de abr.
☕ Introdução
Se você já se pegou conversando com um chatbot sarcástico, criando uma receita com ovos, ketchup e granola, ou tentando entender o “mau humor” do seu gato por meio de um app, você não está sozinho. Esse é o mundo onde a inteligência artificial não apenas resolve grandes problemas — mas também se diverte (e nos faz rir ou questionar nossa própria sanidade).
Ao contrário do que se pensa, a IA não vive apenas em laboratórios de pesquisa, sistemas de defesa nacional ou na mente de CEOs futuristas. Hoje, ela está... na sua geladeira. Literalmente.
Nos últimos anos, vimos uma explosão de inovações tecnológicas aplicadas ao que, em teoria, são “problemas” do cotidiano. E quando dizemos cotidiano, entenda-se: “O que eu faço com meio limão, duas fatias de presunto e três ovos de codorna?”. Ou: “Será que meu gato está me odiando agora ou só está com fome?”
É nesse cenário que surgem as chamadas invenções inúteis — criações tecnológicas que, à primeira vista, parecem tão bizarras quanto desnecessárias. Mas será que são mesmo?

Neste artigo, vamos dar um passeio pelas aplicações bizarras de IA que estão conquistando o coração (e os algoritmos) da internet. Algumas são absolutamente geniais, outras são dignas de um prêmio IgNobel da tecnologia. E todas têm algo em comum: mostram como a tecnologia criativa pode ser divertida, provocadora e, surpreendentemente, útil — mesmo quando parece tudo, menos isso.
Prepare-se para entrar no lado mais leve, estranho e encantador do futuro da inteligência artificial.
🎈1. O Fascínio pelas Invenções Inúteis
Se existe uma regra na história da tecnologia é esta: nem tudo que parece inútil é irrelevante — e nem tudo que parece genial é realmente útil. É nesse meio do caminho que brilham as criações mais curiosas da IA.
Mas afinal, o que torna algo uma “invenção inútil”?
Tecnicamente, estamos falando de soluções que não resolvem um grande problema social, econômico ou climático. Elas não vão salvar o planeta — nem a sua produtividade. Ainda assim, elas ganham destaque porque são gadgets curiosos, inesperados, ou simplesmente engraçados demais para ignorar. E, convenhamos, o mundo precisa de um pouco mais disso.
Um ótimo exemplo desse fascínio é o canal do Matty Benedetto, criador do projeto Unnecessary Inventions, que apesar de não usar IA diretamente, abriu caminho para essa nova leva de IA no cotidiano com toques de absurdo. A lógica é parecida: "E se a gente usasse redes neurais para ensinar um ventilador a girar só quando você estiver suando de verdade?"
Por trás dessa onda de humor e tecnologia, há algo maior: a liberdade criativa. Quando pesquisadores, startups ou desenvolvedores não se prendem a metas de ROI imediato, abrem espaço para testar o improvável — e é aí que a magia (ou a maluquice) acontece.
Inclusive, muitas dessas “brincadeiras” acabam servindo como testes para conceitos sérios. Um app que detecta o estado emocional de um gato? Pode não mudar o mundo, mas a tecnologia por trás dele — como análise de imagem, redes convolucionais, datasets de comportamento animal — pode ser aplicada em contextos de saúde, robótica e segurança.
Além disso, essas criações geram engajamento, viralizam, inspiram debates e aproximam o público do universo da IA, ajudando a quebrar aquele velho estereótipo do “futuro distópico” dominado por máquinas frias e impessoais.
No fundo, as invenções inúteis nos lembram que o futuro da inteligência artificial também pode ser divertido. E que, às vezes, é preciso criar algo completamente bizarro para abrir caminho para algo brilhante.
🤖 2. Lista de Invenções Inúteis (e Geniais) Criadas com IA
2.1. 🐱 Aplicativos que Detectam o Humor de Gatos
Sim, alguém parou para pensar: “E se uma inteligência artificial pudesse dizer se meu gato está irritado ou só me despreza por esporte?”. Assim nasceram apps como o Tably, que usam modelos de visão computacional para analisar expressões faciais de felinos. A IA é treinada com milhares de imagens de gatos para identificar sutilezas como o estreitamento dos olhos, orelhas para trás e rigidez dos bigodes — tudo para dizer, com confiança (ou não), se seu pet está com dor, feliz ou apenas com sono.
A tecnologia por trás disso não é brincadeira. Ela se baseia em redes neurais convolucionais (CNNs) e reconhecimento de padrões, com datasets como o Feline Grimace Scale (FGS), já usado em ambientes veterinários. Ou seja, pode até parecer mais uma das aplicações bizarras de IA, mas há ciência real por trás da leitura de humor felino.
Agora... se é realmente útil? Bom, os gatos continuam agindo como se fossem donos da casa — com ou sem app. Mas o experimento é um excelente exemplo de tecnologia criativa com potencial secundário para uso clínico em pets. E, claro, é impossível negar: é um dos gadgets curiosos mais viralizáveis da década.
2.2. 🥒 Geradores de Receitas com Ingredientes Aleatórios
Imagine a cena: é segunda-feira, 22h, sua geladeira abriga um ovo, meio pepino e uma lata de sardinha. Entra em ação um gerador de receitas com IA, pronto para transformar esse trio em uma “tortilha fusion de inspiração mediterrânea”.
Aplicativos como o CookAIfood e o ChefGPT usam modelos de linguagem natural e bases de dados de receitas culinárias para montar sugestões com o que o usuário tem disponível. Eles consideram combinações clássicas, restrições alimentares e até preferências pessoais. Por trás disso, rodam algoritmos similares aos que equipam assistentes virtuais — mas com uma missão bem mais saborosa.
O resultado? Às vezes genial, às vezes... questionável. A IA ainda tem dificuldades em entender o que é “aceitável” do ponto de vista do paladar humano. Misturar banana com sardinha e curry? Sim, ela tentou. Mas é justamente nesse caos gourmet que mora o charme dessas invenções inúteis: mostrar que a IA no cotidiano pode ser tão criativa quanto um chef inspirado — ou tão caótica quanto um episódio de reality culinário.
Apesar do viés cômico, essas ferramentas têm aplicação real em combate ao desperdício de alimentos e até educação nutricional.
2.3. 💬 Chatbots Sarcásticos
Se você acha que os assistentes virtuais são sempre polidos e formais, é porque ainda não conheceu os chatbots sarcásticos. Projetos como o SarcasticGPT ou o finado Cleverbot com configurações “afiadas” criaram experiências de conversa onde a IA responde com ironia, deboche e até... piadas ruins.
Esses bots são construídos com base em modelos de linguagem generativa (como GPT-3/4) ajustados com datasets de diálogos com tom satírico. O objetivo? Criar uma experiência conversacional mais divertida — ou simplesmente deixar o usuário desconcertado. Um exemplo famoso foi o Joking Bot, desenvolvido por pesquisadores da Heriot-Watt University, treinado para interagir em tom de comédia stand-up.
Esses bots servem como um laboratório para entender os limites da IA em interpretar e gerar humor e tecnologia — um dos campos mais desafiadores da linguística computacional. Afinal, sarcasmo envolve contexto, cultura e uma boa dose de subjetividade, coisas que a IA ainda aprende com dificuldade.
Apesar de parecerem apenas piadas programadas, esses chatbots sarcásticos revelam muito sobre o futuro da inteligência artificial: será que conseguiremos, um dia, ensinar bom senso (e timing cômico) para algoritmos? Por enquanto, já vale a pena pela risada desconfortável.
2.4. 🏋️ Halteres com Inteligência Artificial
Se você achava que halteres eram apenas pedaços de ferro que a gente levanta com culpa depois de três meses parado... pense de novo. Porque agora temos halteres inteligentes. Sim, isso existe. E, claro, com uma boa dose de inteligência artificial embutida.

Empresas como a Tempo e a JAXJOX estão na linha de frente dessa tendência, criando dispositivos de musculação equipados com sensores de movimento, giroscópios e acelerômetros que se comunicam com algoritmos de IA para monitorar sua performance em tempo real. O sistema analisa a forma, a velocidade, o número de repetições e até detecta desvios posturais — tudo para que você tenha o feedback de um personal trainer, sem precisar ouvir “só mais duas!” de alguém suando do seu lado.
Do ponto de vista técnico, é uma bela mistura de tecnologia criativa com inovações tecnológicas aplicadas à biomecânica. A IA recebe dados brutos, filtra ruídos, reconhece padrões e sugere ajustes no movimento. Em muitos casos, ela se conecta a um app com recomendações personalizadas, metas semanais e até sugestões de descanso.
Mas vamos ao ponto: será que precisamos mesmo de halteres que nos julgam em silêncio?
A resposta depende. Se você é do tipo que gosta de gadgets curiosos e busca precisão milimétrica no treino, pode ser interessante. Para o resto da humanidade, pode soar como uma daquelas invenções inúteis com mais estilo que impacto real — tipo espelhos inteligentes que falam enquanto você faz agachamento (spoiler: também existem).
De qualquer forma, esses equipamentos mostram como a IA no cotidiano está ganhando músculos — literalmente — e abrindo caminho para um futuro onde até o supino será monitorado por algoritmo. Não há como escapar.
2.5. 🐭 Robôs que Jogam com Roedores de Laboratório
Agora, se você acha que já viu de tudo, prepare-se: existem robôs interativos criados para brincar com ratos de laboratório. Não, não é uma piada — é ciência. E é mais fascinante do que parece.
Pesquisadores da Northwestern University, nos EUA, desenvolveram um sistema com robôs móveis capazes de interagir com ratos em ambientes controlados. A ideia por trás disso é estudar como animais reagem a estímulos dinâmicos e sociais, mas sem a interferência direta de humanos. O robô se movimenta, persegue ou foge dos ratos, criando cenários que imitam interações naturais — tudo com o suporte de uma inteligência artificial que adapta o comportamento em tempo real com base nas ações dos animais.
Esses projetos são, em essência, uma das aplicações bizarras de IA mais adoráveis da pesquisa científica. Eles combinam controle de movimento autônomo com análise de vídeo em tempo real, usando visão computacional para entender se o rato está interessado, assustado ou... completamente desinteressado.
Mas por que fazer isso? Além do fator “fofurice”, esses experimentos têm valor real para estudos em neurociência, comportamento animal e até desenvolvimento de IA mais sensível a contextos emocionais. Ao estudar como os ratos reagem a agentes interativos não humanos, os cientistas conseguem insights sobre empatia, stress e aprendizado — e podem, eventualmente, aplicar isso em robôs sociais para humanos.
No entanto, há quem veja tudo isso como uma das mais refinadas invenções inúteis da academia. Afinal, estamos treinando robôs para brincar de pega-pega com ratos. É genial? É. É estranho? Também.
Mas esse é o espírito da tecnologia criativa: empurrar os limites do possível — mesmo quando o resultado final é um robô sendo ignorado por um rato muito ocupado roendo um amendoim.
🧠 3. O Valor das Invenções Inúteis
É fácil olhar para um chatbot sarcástico ou um halter inteligente e pensar: “Quem teve tempo (e verba) pra isso?” — e talvez essa seja exatamente a pergunta errada. Porque, no fundo, o que chamamos de invenções inúteis costuma esconder algo mais profundo: a liberdade de explorar sem compromisso com a "grande solução".
Esse tipo de tecnologia criativa, que muitas vezes começa como piada ou protótipo experimental, serve como um terreno fértil para testar novos algoritmos, entender limites técnicos e — por que não? — explorar a sensibilidade humana diante de máquinas. A inteligência artificial, afinal, não precisa estar restrita a diagnósticos médicos ou carros autônomos. Ela pode (e deve) brincar de vez em quando.
Um robô que interage com ratos pode parecer um luxo acadêmico... até ele virar base para robôs sociais que interagem com idosos em hospitais. Um app que identifica o humor do seu gato pode parecer absurdo... até alguém perceber que a mesma arquitetura pode ser adaptada para leitura de expressões humanas em contextos de saúde mental.
Essas aplicações bizarras de IA funcionam como aquele laboratório da adolescência da tecnologia: o lugar onde ela se arrisca, faz besteira, aprende com isso e evolui. Muitas grandes inovações tecnológicas nasceram de experimentos “sem sentido” — ou você acha que o post-it foi criado intencionalmente para se tornar essencial no escritório?
Além disso, há um valor menos tangível, mas igualmente importante: o humor e tecnologia juntos têm poder. Eles conectam pessoas, aproximam o público da ciência e tornam o mundo da IA menos frio e distante. Ninguém quer viver num futuro onde tudo é otimizado, mas nada tem graça.
No fim das contas, a diferença entre o inútil e o genial, no campo da inovação, costuma estar no tempo — ou no olhar de quem vê.
🎬 Conclusão
Ao longo deste artigo, viajamos por um mundo onde a inteligência artificial conversa com sarcasmo, sugere receitas com ingredientes questionáveis, levanta peso com estilo e, por algum motivo, persegue ratos em nome da ciência. Uma coleção de gadgets curiosos, nem sempre úteis, mas sempre provocativos.
Essas invenções inúteis mostram que o futuro da inteligência artificial não será apenas sobre eficiência, segurança ou produtividade — será também sobre criatividade, diversão e, sim, um pouco de bizarrice. E talvez seja exatamente isso que torne a IA mais humana do que nunca.
Em vez de apenas resolver grandes problemas, a tecnologia também pode entreter, provocar e até nos fazer rir. E isso importa. Porque, no meio de tantas crises climáticas, disputas geopolíticas e algoritmos que precificam tudo, ainda é reconfortante saber que existe uma IA por aí tentando adivinhar o humor do seu gato.
A verdade é que o IA no cotidiano não precisa ser séria o tempo todo. Às vezes, é no gesto aparentemente bobo que surge a próxima grande ideia.
Então, da próxima vez que encontrar uma daquelas inovações tecnológicas que parecem completamente sem sentido, pense duas vezes: ela pode ser só uma piada... ou o início de algo brilhante disfarçado.
E aí, qual foi a invenção “inútil” mais genial que você já viu?
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