Top 7 Tecnologias Criadas pela NASA que Você Usa e Nem Imagina
- Nexxant

- 7 de mai.
- 10 min de leitura
1. Introdução
Que a NASA colocou o homem na Lua, todo mundo sabe. Que ela envia robôs para Marte, monitora tempestades solares e vasculha o universo por exoplanetas também não é novidade. Mas e se eu te dissesse que várias tecnologias criadas pela NASA estão agora no seu dia-a-dia, no seu celular ou até no seu carro?
A verdade é que muitas das soluções desenvolvidas originalmente para enfrentar os extremos do espaço foram adaptadas para transformar a vida aqui na Terra. São as chamadas spin-offs da NASA — invenções da NASA que ultrapassaram a atmosfera e aterrissaram direto no nosso cotidiano, influenciando áreas como saúde, transporte, segurança, comunicação, energia e consumo.
Essas tecnologias espaciais usadas no cotidiano nasceram de desafios reais enfrentados em órbita, mas encontraram valor em ambientes tão diversos quanto UTIs, cozinhas, campos de futebol ou laboratórios agrícolas. Isso mostra como a inovação da NASA não está limitada à exploração espacial — ela molda também a forma como vivemos, nos locomovemos, cuidamos da saúde e nos conectamos com o mundo.

Neste artigo, você vai conhecer 7 tecnologias criadas pela NASA que você provavelmente usa — ou já usou — sem sequer imaginar sua origem em pesquisas espaciais. Prepare-se para descobrir como a ciência espacial influencia seu dia a dia de maneiras surpreendentes… e talvez repensar o impacto real da exploração espacial além das estrelas.
2. As 7 Tecnologias Criadas pela NASA Que Estão no Seu Cotidiano
2.1 Espumas de Memória (Memory Foam)
🚀 Origem e propósito na NASA:
As chamadas espumas de memória, conhecidas tecnicamente como viscoelásticas de célula aberta, foram originalmente desenvolvidas pela NASA nos anos 1970 como parte de um esforço para melhorar a segurança e o conforto dos assentos das naves espaciais. A tecnologia foi criada no Ames Research Center, sob coordenação de Charles Yost, para absorver e redistribuir a força G em ambientes de alta aceleração e impacto — especialmente durante lançamentos e reentradas orbitais.
O material tinha a missão de proteger os astronautas durante as fases mais críticas do voo espacial, reduzindo os efeitos de vibrações intensas e impactos bruscos. Sua estrutura molecular permitia que a espuma deformasse lentamente sob pressão, adaptando-se à forma do corpo, e depois retornasse gradualmente à sua forma original.
🔄 Adaptação para uso civil:
Após ser desclassificada para uso comercial, essa foi uma das primeiras e mais bem-sucedidas spin-offs da NASA, tornando-se popular inicialmente em aplicações médicas — como almofadas para cadeiras de rodas e leitos hospitalares para prevenção de escaras.
Com o tempo, a tecnologia foi incorporada em colchões ortopédicos, travesseiros ergonômicos, palmilhas, tênis de alto desempenho (como os da Nike Air), assentos automotivos e até estofamentos de aeronaves civis. O sucesso da espuma de memória está diretamente ligado à sua origem espacial, sendo um exemplo marcante de como a NASA influenciou o cotidiano por meio da pesquisa aeroespacial.
🌍 Impacto no dia a dia / exemplo prático:
Hoje, a espuma de memória é sinônimo de conforto premium. Presente em milhões de lares ao redor do mundo, ela oferece suporte anatômico e melhora a qualidade do sono, prevenindo dores cervicais e lombares. No setor automobilístico, ajuda a reduzir a fadiga em longas viagens, enquanto em equipamentos médicos ela continua sendo usada em próteses e assentos terapêuticos.
Essa é uma das tecnologias criadas pela NASA que mais se popularizou — a ponto de ser de certa forma banalizada pelo uso corriqueiro e comum.
2.2 Lentes Anti-Risco (Scratch-Resistant Lenses)
🚀 Origem e propósito na NASA:
Durante as missões espaciais do programa Apollo, os capacetes dos astronautas precisavam ser leves, altamente transparentes e — acima de tudo — resistentes a arranhões causados por poeira abrasiva da Lua e manipulação constante. Em resposta a esse desafio, a NASA encomendou ao Ames Research Center o desenvolvimento de uma cobertura plástica com uma camada especial de revestimento anti-risco, que pudesse proteger o visor sem comprometer a visibilidade ou aumentar o peso.
Essa inovação se tornou um marco entre as tecnologias criadas pela NASA voltadas à proteção individual, e rapidamente passou a interessar também a fabricantes de produtos ópticos terrestres.
🔄 Adaptação para uso civil:
Após o sucesso nas missões lunares, o processo foi licenciado para uso comercial e logo virou uma das spin-offs da NASA mais amplamente distribuídas. Empresas como Foster Grant e Transitions Optical adaptaram o revestimento para lentes oftálmicas de policarbonato, resultando em óculos mais duráveis, leves e acessíveis.
Hoje, o mesmo princípio é usado em lentes de óculos, visores de capacetes industriais, capacetes de motociclistas e até nas lentes de câmeras de celulares e smartwatches.
🌍 Impacto no dia a dia / exemplo prático:
Milhões de pessoas ao redor do mundo utilizam diariamente óculos com lentes resistentes a riscos, sem saber que sua origem está nos projetos aeroespaciais da década de 60. Além de durabilidade, essa tecnologia agregou segurança para trabalhadores industriais e precisão visual para usuários de dispositivos digitais.

2.3 Filtros de Água Portáteis
🚀 Origem e propósito na NASA:
Manter água potável e segura é um desafio crítico em missões espaciais prolongadas. A NASA, em parceria com a empresa Umpqua Research Company, desenvolveu na década de 1970 um sistema compacto de purificação de água baseado em iodo e carvão ativado, capaz de eliminar contaminantes e microrganismos sem o uso de grandes volumes ou sistemas pressurizados. O objetivo era garantir hidratação segura a bordo das espaçonaves Skylab e, posteriormente, no ônibus espacial.
Essa foi uma das primeiras tecnologias criadas pela NASA com aplicação direta em contextos humanitários e emergenciais.
🔄 Adaptação para uso civil:
Com o avanço da tecnologia de microfiltração, o sistema foi adaptado para uso terrestre em filtros portáteis de água, amplamente utilizados por forças militares, equipes de resgate, campistas e populações em áreas com escassez hídrica. Empresas como LifeStraw, Katadyn e Sawyer basearam suas soluções em princípios derivados das pesquisas da NASA, tornando esses filtros acessíveis globalmente. Essa tecnologia hoje tá presente em dispositivos em kits de emergência e expedições.
🌍 Impacto no dia a dia / exemplo prático:
Tecnologias de filtragem portátil salvaram incontáveis vidas em desastres naturais e zonas de conflito ao redor do mundo. Além disso, vêm sendo adotadas em programas de acesso à água em comunidades remotas, mostrando como uma inovação voltada para astronautas acabou beneficiando diretamente a saúde pública global.
2.4 Termômetros de Ouvido por Infravermelho
🚀 Origem e propósito na NASA:
Durante a década de 1980, a NASA precisava de soluções para medir com precisão as variações térmicas em sistemas eletrônicos sensíveis das naves espaciais — sem a necessidade de contato direto, que poderia comprometer os equipamentos. Com base em estudos desenvolvidos no Jet Propulsion Laboratory (JPL), pesquisadores criaram sensores de infravermelho capazes de captar emissões térmicas a partir da radiação emitida por um objeto, transformando-a em leitura digital confiável.
🔄 Adaptação para uso civil:
A tecnologia foi licenciada para a empresa Diatek Corporation, que combinou o sensor infravermelho com um formato ergonômico, criando o primeiro termômetro auricular digital de leitura instantânea. O dispositivo media a radiação infravermelha emitida pelo tímpano, que reflete com precisão a temperatura central do corpo humano.
A rápida aceitação no setor hospitalar impulsionou a produção em escala, levando o produto aos consultórios, prontos-socorros e, posteriormente, às residências. Hoje, grandes fabricantes como Braun, Omron e iHealth incorporam essa inovação da NASA em seus modelos de termômetros digitais.
🌍 Impacto no dia a dia / exemplo prático:
A popularização dos termômetros de ouvido por infravermelho transformou o ato de medir temperatura corporal — especialmente em crianças e pacientes em estado crítico. Com leituras precisas, não invasivas e instantâneas, essa invenção da NASA elevou o padrão de cuidado médico em todo o mundo.
Durante a pandemia de COVID-19, a tecnologia foi amplamente usada em triagens sanitárias em aeroportos, hospitais e empresas, reforçando o papel da inovação na proteção da saúde pública.

2.5 Câmeras de Celular de Alta Qualidade
🚀 Origem e propósito na NASA:
Na era das missões espaciais não tripuladas e da exploração remota do sistema solar, a NASA enfrentava um desafio recorrente: como capturar imagens de alta resolução em ambientes hostis, com equipamentos extremamente compactos e consumo mínimo de energia? Foi no Jet Propulsion Laboratory (JPL), na Califórnia, que engenheiros liderados por Eric Fossum desenvolveram, nos anos 1990, uma tecnologia revolucionária para miniaturizar sensores de imagem com baixo ruído e alta sensibilidade.
O resultado foi o CMOS Active Pixel Sensor, um chip leve e eficiente capaz de converter luz em sinais digitais diretamente — essencial para missões como a da sonda Mars Pathfinder e outras sondas de mapeamento planetário. Essa inovação se tornaria um dos marcos das tecnologias criadas pela NASA com maior penetração no mundo civil.
🔄 Adaptação para uso civil:
A tecnologia CMOS, inicialmente restrita a câmeras espaciais, foi posteriormente licenciada pela NASA para aplicação comercial. Empresas como Nokia, Sony e Samsung adotaram o sensor como base para o desenvolvimento de câmeras digitais compactas, e posteriormente para as câmeras embutidas em celulares, webcams e dispositivos médicos.
Sua vantagem em relação aos sensores CCD tradicionais estava na eficiência energética, menor custo de fabricação e escalabilidade — elementos cruciais para o avanço da fotografia digital em dispositivos móveis. Essa trajetória tornaram essa tecnologia um dos spin-offs da NASA mais emblemáticos da NASA pela presença no cotidiano.
🌍 Impacto no dia a dia / exemplo prático:
Hoje, é quase impensável imaginar um smartphone sem uma câmera de alta qualidade. Do iPhone ao Galaxy, do Xiaomi ao Google Pixel, a capacidade de capturar imagens e vídeos em alta definição depende diretamente da evolução dos sensores CMOS criados com base na inovação da NASA.
Além de seu uso em fotografia pessoal, esses sensores estão presentes em veículos autônomos, drones, aplicativos de realidade aumentada e monitoramento de segurança — uma amostra clara de como a tecnologia espacial no cotidiano se tornou parte essencial da nossa cultura visual.
Essa é uma das invenções da NASA mais invisíveis, porém mais impactantes: ela moldou não apenas como registramos memórias, mas como interagimos com o mundo.
2.6 Materiais Antichama e Têxteis Avançados
🚀 Origem e propósito na NASA:
Desde o trágico incêndio na Apollo 1, em 1967, que resultou na morte de três astronautas durante um teste de solo, a NASA passou a priorizar a pesquisa e o desenvolvimento de materiais antichama e têxteis avançados. O objetivo era claro: criar roupas espaciais e revestimentos internos de cabines que resistissem ao fogo e a temperaturas extremas sem liberar gases tóxicos ou derreter.
Pesquisadores da agência, em parceria com empresas como DuPont, desenvolveram tecidos como o Nomex e o Kevlar, que podiam suportar calor intenso, eram leves, duráveis e apresentavam excelente desempenho sob estresse térmico.
🔄 Adaptação para uso civil:
A transferência dessa tecnologia foi imediata. O Nomex, por exemplo, tornou-se padrão na confecção de uniformes de bombeiros, pilotos militares e operadores de usinas. Já o Kevlar, além de ser usado em coletes à prova de balas, foi adotado em roupas esportivas, roupas industriais e até em calçados de performance. Empresas como 3M, Honeywell e DuPont Safety & Protection lideraram a aplicação comercial desses materiais, tornando-os amplamente disponíveis.
🌍 Impacto no dia a dia / exemplo prático:
Hoje, os materiais resistentes ao calor extremo derivados da NASA estão presentes em fardamentos de bombeiros, roupas usadas em plantas químicas, uniformes de pilotos de caça, meias térmicas para atletas e até capas de proteção para eletrônicos de uso industrial.
Esses tecidos inteligentes resistem a incêndios, reduzem riscos de queimaduras graves e protegem milhões de profissionais ao redor do mundo. Em um planeta onde as mudanças climáticas e os riscos industriais se tornam mais intensos, a relevância dessas tecnologias espaciais no cotidiano tende a crescer.
Assim, os trajes desenvolvidos para proteger astronautas em missões espaciais continuam salvando vidas — não apenas fora da Terra, mas aqui mesmo, todos os dias.

2.7 GPS e Navegação Baseada em Satélites NASA
🚀 Origem e propósito na NASA:
Embora o sistema GPS tenha sido concebido e operado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a NASA desempenhou um papel central na sua viabilização para uso civil e na expansão de suas aplicações científicas e comerciais. Desde os anos 1980, pesquisadores do Goddard Space Flight Center e do Jet Propulsion Laboratory (JPL) contribuíram ativamente para o aprimoramento dos algoritmos de posicionamento, da sincronização de tempo via relógios atômicos e da calibração orbital dos satélites.
Além disso, a NASA ajudou a desenvolver sistemas complementares de correção por satélite e infraestrutura terrestre para garantir que os sinais GPS fossem suficientemente precisos para missões científicas, monitoramento ambiental e, futuramente, para uso em massa. Essa colaboração é uma das tecnologias criadas pela NASA cuja influência é amplamente sentida — ainda que nem sempre reconhecida — no cotidiano.
🔄 Adaptação para uso civil:
Com o fim das restrições militares ao GPS nos anos 1990, e graças ao esforço da NASA em criar sistemas de apoio para o uso civil, o acesso à navegação por satélite se expandiu exponencialmente. A agência contribuiu com ferramentas de modelagem e previsões orbitais que foram fundamentais para o desenvolvimento de navegadores de precisão em smartphones, veículos e infraestrutura urbana.
Empresas como Google, Apple, TomTom e startups de agricultura de precisão, logística e mobilidade urbana passaram a incorporar o GPS em suas plataformas, utilizando inclusive dados públicos e tecnologias de correção atmosférica oriundas de pesquisas espaciais da NASA.
🌍 Impacto no dia a dia / exemplo prático:
Hoje, é praticamente impossível imaginar a vida sem navegação por GPS. De aplicativos como Waze, Google Maps e Uber até sistemas autônomos de drones, máquinas agrícolas inteligentes, transporte marítimo, aviação civil e coordenação de serviços de emergência — todos dependem dessa tecnologia que a NASA ajudou a consolidar como um padrão global.
Além da mobilidade, o GPS está integrado à infraestrutura crítica: redes elétricas, bancos, mercados financeiros e telecomunicações utilizam a sincronização precisa oferecida pelo sistema. Mais do que uma comodidade, a navegação via satélite representa uma das invenções da NASA mais estratégicas para a economia moderna — e um exemplo contundente de como a NASA influenciou o cotidiano com tecnologias desenvolvidas para além da órbita, mas que aterrissaram direto no bolso de bilhões de pessoas.
3. Conclusão
Quando pensamos na NASA, é comum imaginar foguetes cruzando a estratosfera, robôs explorando Marte ou telescópios capturando imagens do universo profundo. Mas o que muitos ainda não percebem é que as tecnologias criadas pela NASA têm um impacto tão profundo aqui na Terra quanto nas missões espaciais.
A agência espacial norte-americana atua como um dos maiores catalisadores de inovação do nosso tempo — desenvolvendo soluções que, originalmente pensadas para ambientes extremos, acabam se transformando em invenções da NASA que literalmente tocam nosso dia a dia: estão no colchão onde você dorme, no GPS que guia seu trajeto, no filtro de água que salva vidas, na câmera do celular que registra sua rotina e até nas roupas que protegem bombeiros em situações de risco.
Esses são os chamados spin-offs da NASA — tecnologias transferidas do setor aeroespacial para o uso civil, muitas vezes de forma silenciosa.
O impacto da exploração espacial não está restrito à corrida por planetas distantes. Ele está no modo como dirigimos, tratamos doenças, monitoramos o clima e até no jeito que lidamos com segurança e conforto em nossas casas.
Saber que essas soluções nasceram de desafios enfrentados a milhares de quilômetros da Terra é um lembrete poderoso: o investimento em ciência e tecnologia não é gasto — é uma semeadura de futuro.
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